Da elaboração da ficha do Oligarca, Dário
As características gerais de Dário são:
“Dinheiro é o meu verdadeiro governante! É meu dever ganhar essa eleição para que o dinheiro também guie nossa pólis em direção à prosperidade financeira! E, para fazê-lo, mostrarei o quão importante é o investimento e acúmulo de riquezas pelos cidadãos, exaltando aqueles que já prosperam financeiramente e sua capacidade de acumular riquezas”
O oligarca é descrito n’A República (VIII, 553a6–555b3) como aquele que preza a riqueza acima de tudo. Ele controla seus desejos não por ser virtuoso, mas sim por não querer gastar seus bens — satisfazendo, assim, apenas suas necessidades. O oligarca, no entanto, quando tem uma posição de poder, acaba por demonstrar-se desonesto, gastando o dinheiro alheio para satisfazer os desejos que antes reprimia em prol de preservar seu tesouro particular.
Visto que foi difícil elaborar nuances do oligarca para desenvolver personagens diferentes que defenderiam a oligarquia, fizemos Dário avarento, de forma que seu anseio pelo acúmulo de riquezas fosse voltado para a pólis. Ou seja, pensamos Dário como um oligarca que, em vez de preocupar-se apenas com seus bens particulares, tem como estratégia vigiar os gastos dos bens da pólis e, portanto, tem que controlar os desejos dos cidadãos em prol de gastar apenas o necessário. Nesse sentido, ele incentiva todos os cidadãos a investirem no acúmulo e aumento de suas riquezas particulares, enquanto expressa uma indisposição em gastar o tesouro da pólis para auxiliá-los, a ponto de não se importar se algum terceiro gaste o próprio dinheiro para ajudar.
À vista de as características gerais de Dário limitarem-se a pautar suas ações em prol do acúmulo de bens, elaboramos suas posições para o debate como expressão de sua preocupação em economizar:
Sobre a Educação, Saúde e Ginástica:
“Você sugere que os investimentos nessas áreas devem ser os mais econômicos possíveis, para garantir um maior acúmulo de riquezas”
Sobre as leis escritas:
“Você reconhece a importância delas, mas reforça que elas devem ser relativizadas caso atrapalhem o acúmulo de bens”
Sobre as guerras:
“Você é contra, uma vez que as guerras exigem gastos que devem ser cortados”
Sobre as riquezas:
“Você se apresenta disposto a promover o aumento de riquezas através do controle de gastos desnecessários”
Sobre a desigualdade de posses:
“Você sugere que os investimentos para a solução de tal problema devem ser os mais econômicos possíveis, mas elogia os ricos que tiram do próprio bolso para resolver este problema da pólis”
Sobre a prática da caça:
“Você é a favor, desde que os gastos não sejam responsabilidade da pólis”
Sobre os bárbaros:
“Você acha que eles devem ser bem tratados em relações de comércio, mas se eles forem trazer gastos extras para a pólis, não devem ser bem acolhidos”
Sobre o comércio:
“Você elogia essa forma de relação humana e a apresenta como essencial, mas faz a ressalva de que ele é instrumento para o acúmulo de riquezas e que deve-se evitar a tragédia do prejuízo”